semana de 21_eventim-07

SOBRE A EXPOSIÇÃO



A mostra que inaugura o espaço expositivo do Instituto Artium se dá em um tempo marcado por um acontecimento, que em sua dimensão e amplitude, não se conhecia desde há algumas gerações, e cujos possíveis desdobramentos são ainda em grande parte desconhecidos.


100 anos separam a construção da residência do cônsul-geral da Suécia até os dias de hoje: em 1921 São Paulo se encontrava em pleno processo de transformações profundas, graças a rápida industrialização da economia, que fez a cidade crescer num ritmo que se manteve acelerado ainda por muitas décadas.


É desnecessário constatar que a cidade de 2021 seria irreconhecível a quem a viu há um século, e não caberia aqui uma descrição que pudesse sumarizar a complexidade contida no que é uma das grandes metrópoles do planeta: porém é nesse emaranhado de complexidades que reside uma fonte contínua de grandes potenciais, e que devem ser fomentados também para enfrentar e realizar soluções para as muitas insuficiências que ainda caracterizam São Paulo na terceira década do século XXI.


Sob essas circunstâncias – no momento exato em que se delineam os contornos de um mundo pós-pandêmico, em que a bagagem do passado-presente se faz sentir de forma mais nítida por conta das limitações impostas ao que se conhece como "normalidade"– é que se dá a ocupação desse espaço histórico, com uma amostra da produção atual de artistas que vivem e trabalham em São Paulo, e que dada a diversidade de suas linguagens, representam também as possibilidades, estímulos e potenciais criativos que esse contexto propicia.


O que por um lado é uma ocasião para celebração, é por outro também uma chance de reflexão e reavaliação daquilo que a atividade artistíca possa significar, oferecer e sucitar nessa hora, no limiar daquilo que representa igualmente um retorno e ao mesmo tempo um novo começo.

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